É inevitável a sensação de simpatia que este filme causa nos espectadores. Já no início da animação escutamos adjetivos como “fofo”, “bonitinho” ou coisa do gênero. No entanto, ao analisar o filme sob um prisma social passamos a ver aquelas “figurinhas” como nossa personificação.
Inicialmente a trama aborda a dificuldade humana de lidar com a descoberta, e fica claro que o novo incomoda. A partir daí ainda entendemos que o que é diferente é tido como marginal e desperta medo, preconceito e/ou insegurança. Isso é abordado pelo curta de uma forma extremamente sensata, mostrando que “o povo do outro lado” é considerado uma ameaça por apresentar hábitos tão distintos como a dança e cores diferente dos outros, que são todos uniformes entre si.
A primeira resposta a este contraste é o isolamento, o que possibilita ainda uma interpretação de que o povo uniforme se considere superior àquele que ficaria do lado de fora do muro. Em um segundo momento eles ainda lançam a ofensiva para se firmarem. É apenas com a queda do muro que surge a possibilidade de diálogo entre estes povos que falavam a mesma “língua”. E o acordo entre eles confere ainda mais humanização aos personagens, diferenciando-os de outras espécies e os aproximando muito da nossa.
O desfecho da trama se dá com os personagens de todas as “cores” dançando em diferentes estilos, o que propõe a idéia de que é mais que possível conviver bem com as diferenças, e que o choque do novo pode ser quebrado sempre que exista tal disposição.
Bruno Costa da Silva Coelho
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