Clara Nunes deixou o palco da vida, e dois anos depois fiz minha estréia nesse mesmo palco. Porém somente 23 anos depois me vejo encantada pelo universo de uma das cantoras mais populares do samba e da MPB. Clara, a cantora dos orixás, é apresentada no vídeo-documentário de Marcelo Caetano de formas inusitadas.
O diretor cria um paralelo entre o profano e o sagrado, representados respectivamente por um centro de umbanda que acredita na santidade de Clara Nunes e um transformista que se apresenta em boates, travestido como a cantora.
O documentário apresenta sobreposições das imagens e uma edição cuidadosa. Os dois mundos se misturam e fazem com que o espectador tenha dificuldade em separar as duas realidades. Televisões no centro de umbanda, mostrando vídeos da cantora, e go-go boys travestidos de orixás ilustram a mistura desses dois mundos.
No decorrer do filme, o que fica claro é o fascínio que a cantora ainda causa em todos. O diretor mostra que Clara ainda encanta.
Natália Mancio
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